segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Romantismo no Brasil


O romantismo no Brasil se passa em três fases, que duraram aproximadamente 45 anos, e o marco inicial foi o poema “Suspiros poéticos e saudades” de Domingos José Gonçalves de Magalhães, em 1836. O romantismo muda em casa fase, as características, a forma dos autores pensarem e de como ver o país, desde o nacionalismo até a critica.Vamos ver  também grandes autores  e suas obras que fizeram parte dessa historia e que estão presentes na literatura atual.

1ª geração: teve como marco fundador a publicação do livro de poemas "Suspiros poéticos e saudades", de Domingos José Gonçalves de Magalhães, em 1836, e durou 45 anos. . Nos primórdios dessa fase literária, 1833, um grupo de jovens estudantes brasileiros em Paris, sob a orientação de Gonçalves Magalhães e de Manuel de Araújo Porto Alegre, inicia um processo de renovação das letras, influenciados por Almeida Garret e pela leitura dos românticos franceses-momento histórico em que ocorre o Romantismo, 14 anos após a sua Independência - esse movimento é visível pela valorização do nacionalismo e da liberdade, sentimentos que se ajustavam ao espírito de um país que acabava de se tornar uma nação rompendo com o domínio colonial.
De 1823 a 1831, o Brasil viveu um período conturbado como reflexo do autoritarismo de D. Pedro I: a dissolução da Assembléia Constituinte; a Constituição outorgada; a Confederação do Equador; a luta pelo trono português contra seu irmão D. Miguel; a acusação de ter mandado assassinar Líbero Badaró e, finalmente, a abdicação. Segue-se o período regencial e a maioridade prematura de Pedro II. É neste ambiente confuso e inseguro que surge o Romantismo brasileiro, carregado de lusofobia e, principalmente, de nacionalismo. Assim é que, a primeira geração do Romantismo destaca-se na tentativa de diferenciar o movimento das origens européias e adaptá-lo, de maneira nacionalista, à natureza exótica e ao passado histórico brasileiro. Três fundamentos do estilo romântico: o egocentrismo, o nacionalismo e liberdade de expressão. O fervor patriótico do grupo, integrado por Martins Pena (1815-1848), Francisco Adolfo Varnhagen (1816-1878) e João Manuel Pereira da Silva (1817-1895), entre outros, manifestou-se inicialmente por meio da imprensa. O primeiro veículo de divulgação consciente do ideário romântico foi a revista Niterói, que teve entre seus colaboradores Gonçalves de Magalhães, Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879), Francisco Sales Torres-Homem (1812-1876) e C. M. de Azeredo Coutinho. No período, destaca-se também a revista Guanabara, dirigida por Porto- Alegre Gonçalves Dias (1823-1864) e Joaquim Manuel.
Foi à poesia, porém, que coube o papel de consolidação do Romantismo no país. Mais especificamente a Gonçalves Dias, poeta mais representativo da primeira geração do movimento. Em poemas de temática indianista, como I- Juca Pirama, ou patriótica, como Canção do Exílio, ele empregou temas caros aos autores românticos, como saudade, melancolia e natureza. Outras duas publicações contribuem de modo significativo para a sedimentação do movimento nessa primeira fase. São elas o jornal Minerva Brasiliense e a revista Guanabara. O primeiro durou dois anos - de 1843 a 1845 - e merece destaque pelos nomes que nele atuaram: tinha entre seus colaboradores Gonçalves de Magalhães, Odorico Mendes, Santiago Nunes Ribeiro e Teixeira e Sousa (1812-1861). Foi esse jornal que deu origem à revista Guanabara, editada entre os anos de 1850 e 1855. No campo da prosa de ficção, as primeiras experiências românticas no Brasil estão bastante calcadas no romance europeu. A partir da década de 1830, traduções da obra de autores como Walter Scott, Chateaubriand e Balzac começam a ser publicadas nos jornais num formato que teria extrema popularidade no século XIX: o folhetim. A tentativa de se criar um "romance nacional" tem início nessa época. O Filho do Pescador (1843), de Teixeira e Sousa, é o primeiro passo nessa direção. Já no ano seguinte aparece A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Para o crítico e historiador Antônio Soares Amora, esses livros inauguram duas tendências importantes da ficção romântica: a histórica e a urbana.
E o mais principal dos autores da 1ª geração se destaca Gonçalves de Magalhães que se dedicou à poesia, ao teatro, à ficção, à história e à elucubração filosófica. Pereira da Silva e Santiago Nunes Ribeiro também produziram textos de importância para a consolidação do movimento.

2ª geração: A segunda geração do Romantismo tem seus traços mais facilmente identificáveis no campo da poesia e seu marco inicial é dado pela publicação da poesia de Álvares de Azevedo (1831 - 1852), em 1853.  Ganha ênfase a angústia, o sofrimento, a dor existencial, o amor que oscila entre a sensualidade e a idealização, entre outros temas de grande carga subjetiva. Exemplares desse período são as obras de Fagundes Varela (1841 - 1875), Casimiro de Abreu (1839 - 1860) e Álvares de Azevedo (1831 - 1852). A publicação do livro Poesias, de Álvares de Azevedo, em 1853, é considerada por parte da crítica como marco inicial da segunda geração do Romantismo no Brasil. Essa geração, cujos maiores expoentes são Álvares de Azevedo, Fagundes Varela e Casimiro de Abreu, tem a marca do ultrarromantismo. A angústia, o sofrimento, a dor existencial, o amor que oscila entre a sensualidade e a idealização são alguns dos temas de grande carga subjetiva que tomam o lugar do índio, da natureza e da pátria, dominantes na geração anterior.
Essa exacerbação da sentimentalidade e das fantasias da imaginação mórbida exige uma versificação mais livre, menos apegada a esquemas formais preestabelecidos, e define as obras poéticas de maior impacto do período, como Um Cadáver de Poeta, de Álvares de Azevedo. Inspirados pelo inglês Byron, pelo italiano Giacomo Leopardi e pelos franceses Alphonse de Lamartine e Alfred de Musset, os poetas da segunda geração escrevem poemas que sugerem uma entrega total aos caprichos da sensibilidade e da fantasia, abordando temas que vão do vulgar ao sublime, do poético ao sarcástico e ao prosaico. No campo da crônica e da prosa jornalística de maneira geral, talvez seja mais adequado considerar 1856 como o momento de transição para a segunda geração romântica. Nesse ano foi publicado A Confederação dos Tamoios, poema épico de Gonçalves de Magalhães que deu início à polêmica mais importante do movimento, travada justamente entre os defensores de Magalhães e o mais expressivo prosador do Romantismo: José de Alencar, além de Alencar, outros autores, entre eles Dutra e Melo, Junqueira Freire, Álvares de Azevedo e Franklin Távora (1842 - 1888), contribuem para o adensamento da atividade crítica nesse momento. Em publicações como Nova Minerva, Correio Paulistano e Atualidade, eles produzem ensaios, prefácios e artigos que atestam a importância do momento para o estabelecimento definitivo de uma crítica literária no país.
uma das melhores obras do período: Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Publicado em forma de folhetim entre 1852 e 1853, o livro pode ser lido como uma reação ao esnobismo afrancesado, aos hábitos inspirados no "refinamento" da corte. Dois anos depois da publicação da obra de Manuel Antônio de Almeida, Alencar começa a carreira literária. Seus primeiros livros, Cinco minutos e Viuvinha, publicados em folhetim em 1856 e 1857 no Diário de Rio de Janeiro, definem as fórmulas dos "perfis femininos" e dos "quadros de sociedade", segundo a definição do crítico Antônio Soares Amora. Bernardo Guimarães (1825-1884) é outro nome importante do período. Em São Paulo, conviveu com Álvares de Azevedo, Aureliano Lessa e José Bonifácio, o Moço. Entre 1858 e 1861 viveu no Rio de Janeiro, onde trabalhou como jornalista e crítico literário do jornal Atualidade. Nesse momento, a defesa de ideias republicanas e mais tarde antiescravistas começa a tomar forma consistente. Bonifácio, por exemplo, foi diretor do jornal Ipiranga e colaborador em A Tribuna Liberal, de Inglês de Souza (1853 - 1918), no Rio de Janeiro. Além de deputado e senador, foi professor na Faculdade de Direito de São Paulo, onde teve como alunos Rui Barbosa (1849 - 1923), Castro Alves (1847 - 1871), Joaquim Nabuco e Afonso Pena.





3ªgeração: As ideias liberais, abolicionistas e republicanas formam a base do pensamento brasileiro no período de 1870 a 1890. Influenciados por Auguste Comte (1798-1857), Charles Darwin (1809-1882) e outros pensadores europeus, escritores como Tobias Barreto (1839-1889), Sílvio Romero (1851-1914) e Capistrano de Abreu (1853-1927) empenham-se na luta contra a monarquia. Ao lado deles, Joaquim Nabuco (1849-1910), Rui Barbosa (1849-1923) e Castro Alves (1847-1871) também se destacam na divulgação do novo ideário. Mesmo antes deles, já na década de 1860, é possível identificar a fermentação de ideias em favor da abolição e da República, com o aparecimento dos primeiros panfletos e jornais que defendiam o fim da escravidão e o estabelecimento de um regime republicano, o que resulta na fundação do Partido Republicano, em 1870. Nessa mesma década, quase duzentos mil imigrantes chegam ao Brasil para trabalhar nas lavouras de café do Sudeste, num processo que anuncia a substituição do trabalho escravo pela mão-de-obra livre. Aos poucos, o engajamento em questões da realidade externa e a oposição ao governo nacional, implícitos nessa mudança, vão se tornando incompatíveis com o subjetivismo e o patriotismo, ambos característicos das gerações românticas anteriores, Távora escreveu oito cartas com críticas severas ao romance O Gaúcho, de Alencar. As missivas foram publicadas no periódico quinzenal Questões do Dia, mantido pelo escritor português José Feliciano de Castilho, antigo desafeto político de José Alencar. À resposta do célebre romancista, seguiram-se mais doze cartas de Távora, desta vez tomando Iracema como alvo. As acusações centrais eram o excesso de idealização dos personagens e a falta de conhecimento empírico a respeito do lugar retratado.A a polêmica teve importância por dois motivos. Primeiro, porque as observações de Távora seriam o primeiro sinal, no Brasil, de apelo ao sentido documentário das obras que abordam a realidade presente. Segundo, porque o fato teria motivado Alencar a escrever, no prefácio do romance Sonhos D'Ouro (1872), uma importante reflexão sobre sua obra. Nesse texto, o romancista argumenta que o retrato das condições locais não é a única via para uma literatura nacional e reconhece a investigação social, psicológica e dos costumes contemporâneos. Essa tomada de consciência teria repercussão imediata sobre o jovem Machado de Assis. Em 1873, no periódico Novo Mundo, ele publicaria Instinto de Nacionalidade, ensaio em que desenvolve o mesmo tema de Alencar e supera suas próprias ideias acerca da constituição de uma literatura nacional, expressas em artigos anteriores. Machado a publica a sua primeira obra-prima, Memórias Póstumas de Brás Cubas, de 1880, que marca a superação do Romantismo na prosa de ficção. No campo da prosa de ideias, o nome que melhor simboliza a defesa da abolição é Joaquim Nabuco é autor de O Abolicionismo (1883). Deputado pelo Partido Liberal foi uma das figuras públicas de maior projeção de seu tempo. Foi também destacado memorialista, como atesta a obra Um Estadista do Império, em que reconstitui a vida de seu pai.





O romantismo foi um grande movimento que ocorreu no Brasil, percebemos que em cada fase as formas de pensar  mudaram muito, e que foi um movimento que teve diferentes características e por isso foi dividido em três fases, nota-se também que foi  a vinda da família Real para o Brasil que foi o fator para ter o grande investimento na cultura, as obras do romantismo foram tão importantes que até hoje usamos para estudar a literatura brasileira e os autores influenciaram muito na forma de pensar da sociedade.



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